segunda-feira, 29 de agosto de 2011

China executa motorista chinês que atropelou pastor mongol


As autoridades chinesas executaram um minerador da etnia han, majoritária na China, que atropelou um pastor mongol, causando os piores protestos em duas décadas na região autônoma da Mongólia Interior.
O mineiro Li Lindong, que atropelou com um caminhão o pastor Mergen, teve a sentença de pena de morte cumprida em 18 de agosto, segundo informação da Agência de notícias Xinhua na Mongólia Interior, embora tanto as autoridades judiciais locais quanto o Governo central se recusaram nesta quinta-feira a dar mais detalhes à Agência Efe.
Mergen foi atropelado quando bloqueava o acesso dos mineiros à localidade onde morava, na Liga de Xilingol, na Mongólia Interior, onde outros pastores protestavam contra a poluição e o extermínio de seus pastos por causa das explorações de carvão.
O atropelamento de Mergen, ocorrido em 10 de maio, foi seguido pelo de outro membro da mesma etnia por conflitos com mineiros chineses, que foram enviados à região para explorar os recursos naturais de que a China necessita para alimentar seu crescimento econômico.
O conflito étnico na Mongólia Interior está relacionado a outros similares registrados nas regiões autônomas do Tibete e Xinjiang desde 2008 e até este verão, onde as minorias nativas, tibetanos e uigures, se queixam de viver em um clima de repressão e extermínio de sua cultura e modo de vida.
Outro mineiro que acompanhava Li quando atropelou Mergen, Lu Xiangdong, foi condenado em junho por homicídio à prisão perpétua, junto com outros dois operários que bloquearam os acessos para evitar que a Polícia chegasse à cena do crime.